Você sabe ler e identificar as etiquetas das frutas no supermercado?

Se nem sempre você pode comprar orgânicos, talvez seja muito bom você entender como escolher seus alimentos por meio daquela etiquetinha grudenta. Ou mesmo, para comprovar se tal produto é orgânico mesmo.

Jornada Zero Waste
5 min readMay 18, 2017
Corporation AgroMarketing

Price Look-Up ou PLU, criado pela Internacional Federation for Produce Standards, pelo menos desde 1990 funciona para informar se o produto adquirido pelo mercado é cultivado convencionalmente ou organicamente.

Nos últimos meses venho pesquisando o assunto e achei diversas fontes na internet afirmando que esses códigos de indicação de produtos transgênicos ou orgânicos seria falso e não indicaria nada além de informações irrelevantes. Será?

Veja a informação retirada do próprio site da Internacional Federation for Produce Standards:

“They tell the supermarket cashier whether an apple is a conventionally grown Fuji apple which may sell for $1.29 per pound versus an organically grown F​uji apple which may sell for $2.29 per pound.”

“Eles [os códigos] dizem ao caixa de supermercado se uma maçã é uma maçã Fuji cultivada convencionalmente que pode vender por US $ 1,29 por libra versus uma maçã orgânica F uji que pode vendida por US $ 2,29 por libra” (IFPS — PLU Codes em: <http://www.ifpsglobal.com/Identification/PLU-Codes> acesso em maio 2017.)

Logo, você pode perceber que o código não foi criado para informar a você se o produto é transgênico ou orgânico. Foi criado com finalidade de proporcionar maior agilidade aos estabelecimentos comerciais. E também:

“PLU codes ensure that the accurate price is paid by consumers by removing the need for cashiers to identify the product and whether or not it is conventionally or organically grown.”

“Os códigos PLU asseguram que o preço exato é pago pelos consumidores, eliminando a necessidade de caixas identificarem o produto e se é cultivado de forma convencional ou orgânica.” (IFPS — PLU Codes em: <http://www.ifpsglobal.com/Identification/PLU-Codes> acesso em maio 2017.)

diet food

Dito isso, a polêmica girou em torno do prefixo “8”, supostamente inserido à frente do código base, destinado à identificação de produtos geneticamente modificados.

Da mesma forma, o prefixo “9” seria destinado à identificação de produtos orgânicos e, a ausência de qualquer prefixo, o produto apenas com o código base indicaria cultivos convencionais com a utilização de pesticidas e agrotóxicos.

Importante:

Depois dessa informação ter sido debatida amplamente em diversas partes do mundo, em um documento comunicado à imprensa, a IFPS informa que o prefixo “8” chegou a ser “reservado” para produtos geneticamente modificados. E adiciona que: embora o mesmo nunca tenha sido utilizado pelos estabelecimentos, (aqui me causa dúvidas! rs), anunciam a exclusão do prefixo “8” para os próximos anos e que, essa exclusão não afetará o prefixo “9” utilizado para a identificação dos produtos orgânicos:

“Aunque el prefijo ‘8’ (83000–84999) fue una vez reservado para los artículos producidos OGM (organismos modificados genéticamente), el prefijo nunca fue utilizado en las tiendas. Excluyendo el prefijo de esta denominación particular producirá mil números PLU adicionales que serán utilizados en los próximos años. Esto no impactará de ninguna manera en el uso actual del prefijo ‘9’ (93000–94999), el cual continuará siendo utilizado para indicar artículos de productos orgánicos.” (IFPS — PLU Codes em: <http://www.ifpsglobal.com/Identification/PLU-Codes> acesso em maio 2017.)

É bastante estranha essa declaração da IFPS, mesmo porque, existe uma pressão bastante forte ao redor do mundo para mascarar a procedência dos alimentos, barreiras e dificuldades para o prosseguimento de estudos sobre consequências dos transgênicos para a saúde humana e do planeta (cientistas independentes versus cientistas ligados economicamente à indústria dos transgênicos). Enfim, discussões bastante extensas e importantes quanto à transparência da produção dos alimentos e dos estudos relacionados a esta questão.

O fato é que precisamos prestar bastante atenção e pesquisar a procedência de tudo o que consumimos, esse é um ótimo caminho para desvendarmos muitas complexidades e sistemas por traz da nossa “realidade”.

Então… vamos fazer uso desse código da maneira que pudermos. Vou te mostrar como!!!

Antes duas informações bem importantes:

  • No Brasil este código não é obrigatório. Por outro lado, diversos grupos de supermercados aqui o adotam, e a utilização é extensa, justamente porque fornece informações importantes!
  • A RAMA é uma iniciativa brasileira de rastreabilidade, em fase inicial ainda, mas que também busca rastrear a origem e forma de cultivo das verduras e frutas produzidas no Brasil. então vamos ficar ligados nessa nova e potente ferramenta!

Leitura do código de acordo com a IFPS:

  • os códigos PLU com 4 dígitos são atribuídos aleatoriamente, como um código base;
  • esse código base está dentro de uma série de números entre 3000 e 4999;
  • não há inteligência incorporada ao código com 4 dígitos, ou seja, nenhum número dos 4 dígitos do código base representa algo peculiar ou alguma informação específica. Você então precisa se atentar para os números que ultrapassam esses 4 dígitos e esta série;
  • os códigos com 4 dígitos são para produtos cultivados convencionalmente (lê-se com utilização de pesticidas e agrotóxicos). Por exemplo: uma maçã com o código 3012 é uma maçã cultivada convencionalmente;
  • códigos de 5 dígitos são utilizados para identificar produtos orgânicos. O prefixo “9” seria adicionado convencionalmente aos 4 dígitos do código base para indicar produtos orgânicos (veja a declaração de imprensa acima!). Por exemplo: uma maçã com o código 93012 é uma maçã cultivada organicamente.
  • o prefixo “8” seria (?) utilizado para produtos geneticamente modificados. Por exemplo: uma maçã com o código 83012 é uma maçã transgênica, teoricamente! Aqui acho que vale atenção redobrada e também ficarmos ligados se aparece algum outro número conectado ao código base de 4 dígitos.

Vamos ficar atentos aos rótulos e às informações para lidar com a indústria do alimento, e esperar pra ver o que será do código PLU dentro dos próximos anos, né?! E igualmente com o projeto brasileiro de rastreio de frutas e verduras.

Antes de você ir…

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